Artigo publicado no jornal: JB Em Foco de Biguaçu SC, em 16 de Agosto de 2012
PAULO REMOR E ADELINO GARANTEM APOIO TOTAL À LEI
QUE COOFICIALIZOU O HUNSRÜCK EM ANTÔNIO CARLOS
“Não
podemos permitir que o Hunsrück seja mais uma língua a desaparecer”, afirma
Remor
A língua constitui-se em importante componente da
cultura imaterial dos diferentes povos. Pela importância que a língua, falada e
escrita, tem na formação cultural de cada povo é de suma importância que os
falantes das diferentes línguas tenham condições de preservá-Ias e desenvolvê-Ias.
No mundo são faladas, aproximadamente, 6.800 línguas. Só no Brasil são faladas
cerca de 210 línguas por cerca de um milhão de cidadãos brasileiros que não têm
o português como língua materna, e que nem por isso são menos brasileiros. No
entanto, no início do século XVI, havia cerca de 1.270 línguas faladas em nosso
país. Isto significa que nestes últimos séculos foram extintas mais de 1000
línguas em território brasileiro. Uma perda irreparável, incalculável. “Não
podemos deixar que o Hunsrück, trazido por nossos antepassados, também seja uma
língua extinta!”, diz Paulo Remor.
“O que não foi feito até agora para avançar nesta lei
que foi aprovada em 2010, eu e o Adelino faremos quando assumirmos a
prefeitura”, afirma Paulo Remor.
Antônio Carlos é uma cidade de colonização,
predominantemente, germânica. A língua falada pelos imigrantes germânicos que
se estabeleceram em Antônio Carlos e região é o Hunsrück. Sabe-se das perdas
que esta língua teve por ocasião do processo de Nacionalização implantado pelo
presidente Vargas. Atualmente poucos jovens falam esta língua. Mesmo os mais
velhos já perderam muito deste patrimônio de inefável valor. “Se nada for feito
para recuperar, preservar e desenvolver o Hunsrück em nossa cidade corremos o
risco de, em mais uma ou duas gerações, vermos o Hunsrück de Antônio Carlos ser
mais uma língua a desaparecer. Não podemos permitir que isto aconteça”, diz
Paulo Remor.
Para tanto, afirma Remor, “criaremos um grupo técnico
que irá desenvolver os mecanismos necessários para que implementemos de fato a
lei de autoria do vereador Altamiro, nosso amigo e aliado político: há a
necessidade de criamos uma gramática, material didático e, é claro, também
formarmos os professores que serão responsáveis por ensinar o Hunsrück para
nossas crianças”.
Além disto, afirma ainda Remor, “uma medida que devemos
adotar o mais rapidamente possível é a confecção das placas indicativas (de
trânsito, de indicação de bairros, locais turísticos, etc.) bilíngues
(português e hunsrück)”. Outro mecanismo interessante, avalia ainda Paulo
Remor, “é buscar uma parceria com nossa querida Rádio Comunitária Poesis para
implementarmos programas produzidos na língua hunsrück, inclusive com o apoio
financeiro da Prefeitura”.
Segundo Paulo Remor, “a lei implantando o Hunsrück já
existe desde 2010. Falta, portanto, vontade política para pôr esta lei em
prática!”. E esta vontade política “nós temos, com certeza”, diz ele.
Evidentemente que o aprendizado do Hunsrück não impede
o aprendizado do alemão moderno, ao contrário, é uma porta de entrada. “O
objetivo de pormos em prática esta lei de autoria do vereador Altamiro é,
primeiramente, resgatar e valorizar a língua de nossos avós. Mas, além disto, a
implementação desta lei também nos permitirá fazer parcerias com a Alemanha,
através de intercâmbios culturais, bem como incrementarmos o turismo em nossa
cidade”, afirma também o candidato a vice-prefeito, Adelino Kretzer.